Em um cenário de incertezas econômicas e necessidade de cuidado em saúde, muitos brasileiros se deparam com decisões complexas de investimento e acesso. Neste artigo, vamos explorar como fundos caros podem esconder riscos e também como estruturas públicas podem oferecer soluções solidárias e eficientes.
O que são fundos de alto custo?
Fundos de alto custo englobam produtos financeiros oferecidos por instituições privadas com taxas elevadas e rentabilidade abaixo do justo, além de mecanismos públicos de aquisição de medicamentos oncológicos e para doenças raras no SUS e na OPAS.
- Fundos financeiros privados: rendem menos de 100% do CDI e cobram taxas altas.
- Fundos Rotatórios da OPAS: compram vacinas e insumos em bloco, reduzindo custos.
- Programas CEAF e Fundo Estratégico do SUS: garantem acesso a medicamentos de alto custo.
Enquanto os fundos bancários prometem segurança aparente para o investidor, muitos cobram taxas de administração e performance que corroem a rentabilidade real.
No âmbito da saúde pública, fundos solidários utilizam compra coletiva para baratear insumos e organizam transferências tripartites via FNS, criando uma rede transparente e eficiente.
Armadilhas e riscos em fundos financeiros privados
Investidores iniciantes são atraídos por dividend yields muito elevados, sem perceber que rendimentos altos podem indicar risco excessivo e falta de liquidez.
Essas armadilhas levam muitos a perdas significativas, especialmente quando a Selic está alta e a inadimplência de emissores pequenos cresce.
É fundamental conferir rating e composição da carteira antes de decidir investir em produtos que prometem retornos acima da média.
Benefícios e contraste com fundos públicos e solidários
Nos fundos rotatórios da OPAS, a agregação de demanda entre países reduz o preço de vacinas e medicamentos em cerca de 50% para populações vulneráveis. Essa economia beneficiou mais de 180 milhões de pessoas nos últimos dois anos.
O Fundo Nacional de Saúde (FNS) do SUS opera com transferências da União, estados e municípios, usando ferramentas como InvestSUS, RENEM e SIGEM para monitoramento em tempo real dos recursos.
A Portaria GM 1.554/2013 pactuou a incorporação de medicamentos especializados via Comissão Intergestores Tripartite (CIT), garantindo equilíbrio entre esferas de gestão.
Programas como o CEAF ampliaram a cobertura de remédios para doenças raras, enquanto farmácias especiais e fundos estaduais oferecem acesso rápido a medicamentos caros sem comprometer o orçamento familiar.
Dicas para fugir das armadilhas
Adotar boas práticas pode evitar surpresas desagradáveis e proteger o patrimônio e a saúde financeira e física.
- Analise lâmina do fundo e relatórios mensais antes de investir.
- Evite yields altos sem conferir riscos de crédito e liquidez.
- Prefira alternativas transparentes, como Tesouro Selic.
- Monitore transferências de recursos no InvestSUS Cidadão.
- Não maximize a alavancagem sem estudo e planejamento.
Essas medidas ajudam a construir uma carteira diversificada e um plano de saúde sustentável, com base em evidências e transparência.
Exemplos reais e casos inspiradores
Os FIIs HCTR11, DEVA11 e XPPR11 atraíram mais de 100.000 cotistas cada, mas viram receita zerada em cenários de vacância do inquilino único. Já o acordo OPAS-Brasil de outubro de 2025 garantiu disponibilidade de fomepizol em poucos dias para casos de intoxicação.
No âmbito financeiro, investidores que migraram de fundos caros para o Tesouro Selic obtiveram retorno líquido acima do esperado, aproveitando liquidez imediata e segurança do governo.
Esses casos demonstram a importância de informação qualificada e tomada de decisão consciente, tanto na área financeira quanto na saúde pública.
Ao desmascarar fundos de alto custo e valorizar alternativas transparentes, promovemos impacto positivo na sociedade e na vida de milhões de pessoas.