O papel da infraestrutura vai muito além de estradas e pontes: ela é a espinha dorsal que sustenta a economia, a sociedade e o meio ambiente. Neste artigo, exploramos como fortalecer esse pilar estratégico pode ser o combustível para um futuro mais estável e próspero.
O que é infraestrutura e seu papel
Infraestrutura abrange um conjunto de ativos e serviços essenciais para o funcionamento de um país. No Brasil, ela inclui:
• Transportes (rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, mobilidade urbana)
• Energia elétrica (geração, transmissão, distribuição)
• Saneamento básico (água, esgoto, resíduos sólidos)
• Telecomunicações (internet fixa, móvel, redes)
• Infraestrutura social (saúde, educação, habitação, parques)
Esses elementos interligados promovem a estabilidade macroeconômica e competitividade, reduzindo gargalos logísticos e elevando a produtividade nacional. Além disso, são cruciais para a qualidade de vida e inclusão social e para a transição rumo a uma infraestrutura verde e energias renováveis.
O gap de investimento no Brasil
Apesar de sua importância, o país ainda investe menos do que o necessário para manter e expandir sua rede de infraestrutura. Os números recentes revelam um desafio significativo:
- Investimento total em 2024: R$ 266,8 bilhões (2,27% do PIB).
- Projeção para 2025: R$ 277,9 bilhões (cerca de 2,21% do PIB).
- Necessidade estimada: pelo menos 4% do PIB ao ano para superar gargalos logísticos e produtivos.
Sem esse salto, o país corre o risco de ter seu estoque de ativos corroído, já que a depreciação anual gira em torno de 2,27% do PIB. Em outras palavras, estamos investindo apenas para manter o que já existe, sem construir o futuro.
A participação público x privado
Para avançar, é essencial combinar recursos públicos e privados de maneira eficiente. Veja como está a participação de cada setor:
- 2024: setor privado respondeu por 70,5% dos R$ 266,8 bilhões; setor público, 29,5%.
- 2025 (previsto): participação privada chega a 72,2%; recursos públicos caem para 27,8%.
- Estimativa de 469 novos projetos de concessão e PPPs, totalizando R$ 760 bilhões em investimentos potenciais.
Nesse cenário, setor privado assume protagonismo nos investimentos, impulsionado por concessões e parcerias público-privadas que permitem viabilizar grandes obras sem comprometer a saúde fiscal do governo.
Setores de destaque
Alguns segmentos concentram grande parte dos recursos e são especialmente estratégicos para a evolução do país:
Transportes e logística
Em 2024, foram destinados R$ 84,6 bilhões ao setor. Para 2025, a projeção da CNI e da Inter.B é de R$ 89,9 bilhões, um salto de 28,43% em relação ao ano anterior. A divisão prevista inclui R$ 46,4 bilhões para rodovias, R$ 20 bilhões para ferrovias e R$ 12,1 bilhões para mobilidade urbana.
Estradas mal conservadas, portos congestionados e ferrovias insuficientes elevam o Custo Brasil, afetando a competitividade das exportações e a previsibilidade de receita tanto para empresas quanto para o Estado.
Saneamento básico
O setor vive um momento de expansão histórica. Em 2024, os investimentos somaram R$ 41,1 bilhões. Para 2025, a estimativa varia entre R$ 44,5 bilhões (Abdib) e R$ 46 bilhões (CNI/Inter.B), um aumento real que chega a 51,32% em algumas projeções.
O avanço se deve ao novo marco regulatório do saneamento, que ampliou concessões e PPPs, e ao protagonismo de empresas estaduais como a Sabesp. Pela primeira vez, o capital privado domina a área, acelerando a universalização do acesso à água potável e ao tratamento de esgoto.
Em paralelo, setores como energia renovável, telecomunicações e infraestrutura social também avançam, mas ainda enfrentam desafios para atrair investimentos em escala. É preciso manter o ritmo de crescimento e diversificar as fontes de financiamento.
Conclusão: construindo um futuro estável
Investir em infraestrutura é investir no próprio futuro do Brasil. Através de um esforço conjunto entre governo e iniciativa privada, baseado em estratégias de longo prazo e gestão eficiente de recursos, é possível superar gargalos históricos e elevar nosso potencial de crescimento.
Cada real aplicado em rodovias, ferrovias, saneamento ou energia se traduz em mais empregos, melhores serviços e maior competitividade. É assim que se fortalece a estabilidade social, fiscal e ambiental, construindo um legado de progresso e bem-estar para as próximas gerações.